Black Mirror 2ª temporada (cont)
Mais 4 episódios devorados. e fiquei exatamente com a mesma sensação depois de cada episódio (ver aqui).
Novamente, em todos os episódios, há uma critica à nossa sociedade e mostra-nos como a tecnologia pode ser nefasta nas relações com os outros.
No episódio "Be Right Back", há um jovem casal onde o homem é viciado em tecnologia e acaba morto num acidente de carro. Ela fica inconsolável e segue os conselhos de uma amiga e começa a utilizar um serviço tecnológico onde, através dele, ela conseguirá interagir com o falecido através de uma aplicação que vai buscar o histórico da pessoa na internet e cria uma identidade semelhante à dela através da inteligência artificial. Só que a maior parte das pessoas só coloca na internet o lado bom, não é? Então esse ser criado pela aplicação é só e apenas o lado bom, perfeito e alegre do marido. Mais uma vez um excelente episódio em que nos deixa a pensar como a tecnologia pode ser maléfica para a nova sociedade e pode matar alguns sentimentos mais difíceis para o ser humano como o luto.
Em "White Bear" um final totalmente inesperado e estranho. Retrata os programas de Reality Show e as redes sociais como duas modernidades que acabaram banalizando o quotidiano das pessoas com o intuito de se tornarem famosos e ganhar dinheiro “fácil”. Aqui, conclui que a nossa vida e sociedade está completamente banalizada e fútil.
No episódio que menos gostei até agora, "The Waldo Moment", mas o mais engraçado, um personagem de animação, um urso azul chamado Waldo, utiliza o humor negro e acaba por ser uma estrela na televisão. Ele começa por humilhar os candidatos ao parlamento e acaba por ser também candidato. Como é possível que um "palhaço" consiga ser candidato a um cargo importante no país e ter tantos apoiantes? Essa é uma das questões levantadas pelo episódio e que retrata a sociedade atual, pois as pessoas não apoiam as opiniões e os projetos, mas sim a popularidade e a capacidade de manipular a opinião pública. Além disso, mostra que a política é uma parte nojenta em qualquer parte do mundo.
No melhor episódio até agora para mim, "White Christmas”, a história começa com dois homens isolados numa instalação no gelo. Sem contato com o mundo exterior, os dois preparam uma ceia de Natal enquanto começam a compartilhar contos sobre suas vidas passadas. Mostra-nos um mundo no qual as pessoas podem ter um clone e termina na possibilidade de termos a opção de bloquear os outros nas relações físicas, como o fazemos nas redes sociais. Ideias futuristas e demasiado inquietantes.
Fiquem com o trailer: