Desafio de escrita dos pássaros #16
Sobre a vida adulta: ainda não entendi o que é para fazer
A vida adulta está cheia de estereótipos e regras que devem ser seguidas. Confesso que isto me faz comichão. Nesta sociedade é obrigatório casar e ter filhos. Ah, e quando digo casar é com pompa e circunstância, viver junto e casar sem festa não conta. Depois vem a parte dos filhos, somos “obrigadas” a ter filhos, a deixar descendentes e se não queremos somos más mulheres, más pessoas e egocêntricas.
Além disso, também somos “obrigados” a gostar e a viver o natal, a passagem de ano e as restantes festividades como os demais. Se não gostamos deste tipo de festividades somos logo rotulados de esquisitos...
No que me diz respeito, sou um bocado do contra. Não gosto de aglomerados de gente, de festas e nem de pessoas a fazerem figurinhas. Casei de calças de ganga, num dia de semana, apenas no civil, depois de vivermos 2 anos juntos. Ouvi várias piadas, até da família chegada, a dizer “Então não há festa? Não levam presentes!” Ó meus queridos, metem os presentes no vosso buraco mais próximo... Ainda ouvi afirmarem que “não somos nada casados, porque não houve festa”. Ó meus queridos, se querem festa, façam-na vocês, mas não me convidem que eu não vou... E mais “Eles são esquisitos”. Ó meus queridos, com muito gosto...
Para além disso, e como não gosto de aglomerados de gente, prefiro o meu cantinho, também sou muito criticada quando declino os convites para casamentos, batizados e afins... parece que somos “obrigados” a dizer que sim. Ó meus queridos, não me convidem, porque eu não vou... Já deixaram de me falar e levaram a mal, mas lá está “somos esquisitos”. Ó meus queridos, sejam felizes e deixem lá as minhas coerências. Quem nunca ouviu dizer por aí “ não me apetece nada ir”, eu respondo, “Então não vás!” e ao que me respondem “mas parece mal”. Aí passo-me dos carretos, aflige-me as pessoas viverem em função daquilo que os outros pensam ou deixam de pensar, viverem de aparências, fingimentos e incoerências.
No que diz respeito à parte do ter filhos, não tenho e não faz parte dos meus planos de vida, aliás, nunca fez. Não é uma decisão de agora, mas de sempre. Neste assunto é que a porca torce o rabo. As pessoas perguntam “então e os filhos” e ai de mim se respondo que “Não, obrigado!”. Sou logo bombardeada com todo o tipo de comentários e ataques de pessoas que dizem que é pecado e blá, blá, blá... Acabo logo ali a conversa dizendo para terem eles, ainda vão a tempo e para se preocuparem com a vida deles que da minha sei eu cuidar. Só este tema dos filhos dava pano para mangas, mas não há espaço...
Por isso, nesta vida de adulta, eu já entendi o que é para fazer, de acordo com as minhas ideias e princípios, mas sei que muita gente ainda não entendeu o que é para fazer!
Um desejo para 2020, sejam coerentes e verdadeiros e serão muito mais felizes! Ah, e não se preocupem com o que os outros pensam ou deixam de pensar...